segunda-feira, 14 de julho de 2014

Dificuldade de inovação no setor de serviços brasileiro

Atualmente vivemos em uma economia de serviços. As estatísticas apontam de modo geral que mais da metade absolutade toda a riqueza mundial é atribuída ao setor de serviços. No Brasil, segundo o IBGE, quase 70% do PIB nacional é serviço e esse número tende a aumentar, acompanhando as maiores economias e a própria revolução do conhecimento, que multiplica os serviços que agregam valor à experiência humana. Do ponto de vista do emprego, o cenário dos serviços é bastante favorável, há trabalho em serviços para praticamente todas as faixas de escolaridade e renda. Custa significativamente menos a criação de um emprego no setor de serviços do que a criação de um emprego na indústria.

Enquanto a indústria tende à automação, à especialização do trabalho, reduzindo a participação humana, o setor de serviços não consegue facilmente prescindir do elemento humano. Na verdade, para grande parte das empresas de serviço o único ativo disponível são as pessoas que compõem a empresa, seus quadros, sua inteligência e conhecimento. Outra questão que favorece para o crescimento da economia de serviços é a própria comoditização dos produtos. Isto é, a dificuldade cada vez maior que um produto tem para se diferenciar de outro, tanto do ponto de vista técnico quanto do ponto de vista de utilidade. Os produtos estão cada vez mais parecidos, similares, e a abundância de marcas e fabricantes acabam comprimindo as margens de lucro. Basicamente serviços vão de telecomunicações a bancos; são escolas, hospitais, profissionais liberais, até serviços domésticos e pessoais. Passam pela internet e pelo varejo (o serviço da venda e atendimento ao público), pelas consultorias especializadas, serviços técnicos, logística e serviços de distribuição.

O setor de serviços, apesar de já ter atentado para a importância do crescimento significante do setor, encontra muitas dificuldades para obter e manter níveis de inovação que impacte no aumento da produtividade, especialmente devido às características inerentes apresentadas pelos serviços. De maneira geral, podemos afirmar que as empresas de serviços não possuem uma estratégia de mudança formal, organizada e estruturada. Segundo alguns especialistas a inovação no setor de serviços brasileiro acontece de forma aleatória, por pressão, por obrigação. E de forma genérica é provável que isso aconteça devido as organizações serem “Empurradas pelas solicitações dos seus clientes; Impelidas pelos fornecedores de tecnologias e; puxadas pelas inovações adotadas pelos seus concorrentes”. É fundamental que as empresas de serviços considerem a inovação como uma das estratégias fundamentais para sua sobrevivência, seu desenvolvimento e seu sucesso.

A administração da produção de serviços se torna mais dinâmica do que a forma tradicional que encontramos em produtos, pois diversos fatores inerentes tornam mais desafiador para empresa equilibrar a oferta decorrente de sua demanda. Em serviços, deve-se fazer uma distinção entre insumos e recursos. Para serviços, os insumos são os próprios consumidores, e os recursos são os bens facilitadores, a Mão de obra dos funcionários e o capital sob o comando do gestor. Assim, para funcionar, o sistema de serviços deve interagir com os clientes no papel de participantes do processo do serviço. Como a chegada de clientes ocorre de acordo com sua vontade e com a demanda únicas quanto ao sistema de serviços, combinar a capacidade do serviço com a demanda é um desafio.

Os Serviços podem ser baseados em máquinas e equipamentos (por exemplo: máquinas de venda, lava-jatos, digitação de trabalhos), onde esses instrumentos tangíveis levam a execução do serviço em si e em pessoas que podem ser inexperientes ou profissionais especializados. Nesse último aspecto os serviços se mostram em seu pleno caráter intangível, pois, as habilidades das pessoas envolvidas é que fará o serviço se efetivar. Dessa forma o Marketing de serviços apresenta a Simultaneidade, Perecibilidade, Intangibilidade e Heterogeneidade como sendo as características básicas, na qual requer certo grau de atenção pois as mesmas pode impactar de forma direta na percepção de necessidade de inovação e consequentemente interferir diretamente no processo produtivo.

Em muitas empresas ainda predomina uma visão mais técnica, quando se oferecem serviços. Tem sido pouco lembradas a influência que as pessoas que prestam o serviço possuem sobre a qualidade final, e do comportamento das pessoas que recebem esses serviços, assim como a necessidade de se organizar e padronizar processos para que o desempenho seja mais homogêneo. A capacitação das pessoas envolvidas com as estratégias operacionais de serviços e a utilização das ferramentas corretas alavanca os resultados para seus negócios. Desse modo é crucial que quando a empresa pensa em inovar seus processos precisa também preparar as pessoas envolvidas.

Na maioria das vezes inovar requer investimento em alguns aparatos tecnológicos, ou seja, quando a empresa consegue atingir certo nível de crescimento exige a necessidade de suporte estruturado de sistema que pode auxiliar em seus processos gerenciais, isto requer pessoas preparadas para atuar em eventuais acontecimento que exija a aplicação de algum tipo de auditoria, principalmente interna. É comum ver em pequenas empresas problemas ligado ao controle interno, devido a falta de conhecimento e preparo, informações importantes ficam expostas podendo ser roubadas por terceiros bem como vazadas pelos próprios funcionários que não apresentam comportamento ético. Portanto, cabem as empresas ficarem atentas para estes detalhes, ou seja, a aplicação correta da Auditoria de sistemas pode oferecer suporte e maior segurança para a organização, desenvolvendo planos e critérios para a utilização corretas da ferramentas disponíveis.

O conceito mais conhecido de inovação está ligado diretamente com a percepção da visão empreendedora. Peter Drucker afirma que “empreendedores inovam; empreender é a ação que contempla os recursos com a nova capacidade de criar riqueza”. Sendo assim, criar formas e métodos diferenciados para incrementar os seus negócios são fatores primordiais para sobrevivência no mercado altamente competitivo. E nada melhor do que formular um Plano de Negócios que possibilite traçar metas e estratégias pertinentes que venham a conduzir a implantação e gerenciamento da empresa bem como minimizar os ricos, pois este quando bem elaborado possibilita entender melhor as condições futuras do mercando do qual atuará. Também é importante salientar que o desenvolvimento de projeto como plano de negócios, faz necessários a utilização de metodologias corretas além de fontes de informações coerentes que poderão serem encontradas através de técnicas de pesquisas adequadas. Criar estruturas organizacionais formais e adotar modelos de desenvolvimento também pode ser um mecanismo para inovar, bem como identificar e definir os principais indicadores de medição para analisar, controlar e avaliar os resultados obtidos.

Portanto, as dificuldades de inovar, nada mais é do que a dificuldade de empreender e compreender os diversos campos que envolve a dinâmica de administrar de uma empresa. A organização que conseguir interpretar as necessidades do ambiente em que se encontra e integrar a sua linha de frente com a retaguarda dos serviços prestados, tem mais possibilidade de desenvolver as suas habilidades e conhecimentos sobre os resultados dos negócios realizados, ampliando as suas chances de sucesso na mensuração e na tomada de decisões. Ou seja, deve atentar-se para um ambiente que envolve muita complexidade, onde é vital um olhar sistêmico e holístico, sempre alinhando as estratégias das diversas variáveis que dinamiza o espaço organizacional com sua realidade e contexto atuação.