segunda-feira, 13 de julho de 2015

O QUE VOCÊ FARIA NESSA SITUAÇÃO?

*Por Flávio Augusto:
Um amigo te procura pra pedir dinheiro emprestado. Os argumentos que ele usa são convincentes: está endividado e sem conseguir pagar as suas contas, colocando em risco o bem estar da família (mulher e duas lindas filhas). Ele diz que está se organizando e promete te pagar em 1 ano. Segundo ele, 5 mil reais resolveria tudo sem gerar transtornos pra ninguém.
Você tem este dinheiro disponível numa aplicação financeira, rendendo cerca de 12% ao ano e não há previsão de precisar dele. Então, sensibilizado pela situação difícil de seu amigo, você resolve emprestar o dinheiro, dando a seu amigo a responsabilidade de lhe pagar os 12% de juros ao ano. Ele concorda, pega o dinheiro, agradece e promete que no prazo acordado vai devolver o dinheiro ajustado.
Um ano mais tarde, no dia do pagamento da dívida, vocês voltam a falar no assunto. Então ele diz que as coisas não correram como ele imaginava e que acabou se endividando ainda mais no ano que passou. Você pergunta: "mas aquele dinheiro que te emprestei não resolveria o problema?". Ele responde: "Sim, mas aconteceram outros imprevistos e situação se agravou ainda mais". Lamento muito.
Por fim, ele diz que não poderá pagar a dívida como estava planejado. Você responde: "Mas, amigo, eu estou contando com este dinheiro para fazer um investimento e preciso que você me pague". O amigo endividado faz uma nova proposta. "Vou pagar agora os 12% de juros sobre o valor principal que você me emprestou, renovar o prazo por mais um ano e ainda proponho um novo empréstimo, dessa vez de 10 mil reais". Segundo ele, este dinheiro vai matar definitivamente o problema e daqui a um ano, ele teria dinheiro para pagar os 15 mil reais de volta mais 12% de juros.
Você fica muito desconfortável com essa situação e pensa que sua mulher vai ficar furiosa, mas resolve aceitar para ajudar o seu amigo que está muito aflito por esta situação. Não deu outra. Chegando em casa, sua mulher ficou furiosa e disse que você está sendo enganado. Você diz que não. Ele é seu amigo por muito tempo e confia nele. Seus filhos ouvem a discussão acalorada.
Um ano mais tarde, ele chega para a reunião para tratar sobre o empréstimo com uma cara de derrotado. A notícia é que a dívida dele aumentou novamente. Dessa vez ele diz que está a ponto de quebrar, o que significaria que os 15 mil + juros jamais seriam recebidos de volta. Você fica estarrecido e sua mulher diz "eu te disse, eu te disse", deixando todos preocupados com o grande prejuízo que seria perder o dinheiro que economizado arduamente por anos. No entanto, o amigo endividado diz que enxerga uma solução para ter um final feliz: um novo empréstimo de 20 mil reais que ele promete devolver no ano seguinte + os débitos passados + juros de 12% ao ano.
Você acha essa proposta uma ousadia absurda e diz que não pode fazer isso, pois ficaria sem economias. No entanto, por outro lado, você já se considera parte do problema já que não emprestar significaria perder tudo.
Então, você tem uma ideia e diz para ele em tom decidido: "Amigo, até agora eu lhe emprestei dinheiro e por duas vezes você não resolveu o problema. Dessa vez, para te emprestar dinheiro de novo eu quero ver as suas contas e avaliar o que está acontecendo. Ele, sem alternativa, topou.
Ao mergulhar nas contas dele, você toma um susto por perceber que este amigo endividado tem uma vida mais confortável que a sua, gasta com futilidades, dá mesadas enormes para as filhas que só andam com roupas de marca e ainda trocou de carro duas vezes por ano em todo período. Para sustentar tudo isso, ele mentiu e pegou vários empréstimos com você.
Você fica revoltado e o considera um irresponsável e sem palavra. Tem vontade de virar as coisas, mas... perderia todo dinheiro que emprestou. Volta, engole o sapo e pergunta a ele: "Por que você fez isso?" Ele responde dizendo que não quis causar um sofrimento para sua família que nem sabe ao certo sobre sua dívida. Então você diz a ele:
"Vou lhe emprestar esses 20 mil reais pra resolver isso de uma vez por todas, com uma condição:
1. Você vai vender os seus carros e comprar apenas um bem usado para se transportar até pagar toda dívida.
2. Você vai reduzir os gastos com restaurantes que você vai com a família em todos os finais de semana.
3. Vai cancelar suas viagens para o exterior.
4. Por fim, vai refinanciar o seu apartamento para me pagar até o final do ano.
O amigo fica muito agradecido, diz que aceita as condições, vai executar tudo o que você exigiu para o novo empréstimo e se compromete que vai pagar tudo no ano seguinte. Ele pega os 20 mil e sai satisfeito, dizendo que dessa vez vai resolver tudo.
Um mês antes do vencimento deste novo e derradeiro acordo, no ano seguinte, ele te procura dizendo que não tem como te pagar e dessa vez falando grosso. Você não esperava por isso, mas pergunta se ele realizou todas as medidas que foram acordadas. Ele disse que não fez NADA. Você pergunta pra ele o porquê e ele diz:
"Fiz um plebiscito com a minha família e ela disse "não" para as medidas que acordamos, pois toda a família passaria muito sacrifício com os ajustes exigidos e todos consideraram inaceitáveis essas condições. Além do mais, minha mulher me disse que não acha justo, pois a família de vocês têm uma situação financeira maior que a nossa, logo, precisam nos ajudar se não, nem o que vocês nos emprestaram até agora, nós poderemos pagar de volta, o que vai lhes causar grandes transtornos e prejuízos definitivos.
Você fica transtornado e antes de falar umas verdades ele te interrompe e diz:
"Dessa é pra valer, amigo. Pode me emprestar mais 30 mil reais para salvar a minha família da falência? Prometo que vou te pagar de volta..."
Bem, se você não tinha entendido a situação da Grécia até agora, essa história é bastante parecida.
Foto reprodução da internet


Texto do Canal Geração de Valor

quinta-feira, 2 de julho de 2015

A "VINGANÇA" DO CONSUMIDOR: O CLIENTE QUE NUNCA MAIS VOLTA!


Abaixo segue um relato da experiência vivida pelo consumidor Porf. Thales Brandão na qual apresenta uma realidade do atendimento na maioria do varejo brasileiro. 

No final de 2014 e início de 2015 gastei uma GRANA com produtos para construção civil e decoração. Frequentava diariamente materiais de construção e home centers. Pesquisei, analisei, negociei e comprei bons produtos. Fazendo um diagnóstico entre produto x serviço. O calo tá no serviço! Visitei vários locais: Home Center Ferreira Costa/BA, Leroy Merlin/E-commerce, Shopping D&D/SP, empresas locais em Aracaju/SE e umas bodeguinhas importantes do interior BA/SE. Fui até o sertão de Pernambuco comprar artesanato (Rota 232), visitei as cidades criativas de Pesqueira, Belo Jardim, Bezerros, Gravatá e Caruaru. Um coisa que me incomoda na relação mercadológica é a falta de conhecimento sobre segmentação de mercado por parte das empresas locais (Aracaju/SE). É um desconhecimento absurdo sobre atendimento personalizado e comportamento do consumidor. É preciso conhecer a diferença entre o mercado individual e o mercado de massa. Se o atendente reconhece o consumidor através de um segmento alvo ele consegue identificar suas preferências, necessidades, poder de compra, atitudes e hábitos - é a transformação do consumidor em cliente – gerando assim um relacionamento duradouro. 


Depois de 06 meses construindo, respirei e fui até um grande material de construção local em Aracaju/SE comprar umas “besteiras”: lâmpadas e alguns Ts. Na seção de lâmpadas encontrei algumas específicas que atendiam a minha necessidade. Coloquei em uma cestinha! Na seção de artigos elétricos procurei, procurei e não encontrei os Ts. Tentei caçar um atendente. Nada! Com minha cestinha “pobrezinha” de compras. Fui até um grupo de “consultores de vendas” que estavam conversando e questionei: - “Amigo, boa tarde! Em qual local eu encontro Ts”. O atendente duro girou um dos dedos e apontou: - “Ali!”.
“Ali” era o local que eu já tinha passado várias vezes. Depois de vários minutos consegui encontrar o produto desejado que estava em uma ilha abandonado sem identificação. No percurso passei várias vezes por consultores de vendas” e todos nem aí para a minha humilde compra: três lâmpadas e três Ts – em torno de R$ 45 conto.
Diante da situação, resolvi fazer uma pesquisa mercadológica focada em atendimento ("A VINGANÇA"). Abandonei a cestinha, fui até a entrada da loja e peguei um carrinho. No carrinho coloquei as três lâmpadas, os três Ts, duas Makitas, duas furadeiras, três latas de tintas, três marretas, três brocas, três discos diamantado e outros produtos caros. Estufei os peitos, arrastei o carrinho e fui beirando os “consultores de vendas” – na passagem – um atendente grita: “Opaaa! Já foi atendido? Vamos cadastrar essas compras para eu aplicar o desconto.”
O atendente brilhou os olhos, arrastou o carrinho até uma mesa acoplada com um computador. Perguntou se existia algum cadastro meu no sistema e o número do CPF. Bati nas costas do atendente e disse: - “Amigo, o atendimento aqui é HORRÍVEL. Infelizmente não vou levar NADA! Parece que os atendentes caçam os consumidores pelo volume de produtos no carrinho. Obrigado”. O “consultor de venda” ficou mudo, balançou a cabeça igual a uma lagartixa de parede e voltou para o grupo de bate papo. Fui até uma “bodeguinha” e comprei mais caro com um dono-atendente sorridente e atencioso.

ESSE TIPO DE SITUAÇÃO NÃO ACONTECE SÓ NO MERCADO LOCAL (ARACAJU/SE). A CRISE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO É UM PROBLEMA GENERALIZADO. FALTAM PESSOAS QUALIFICADAS – DISPONÍVEIS PARA ATENDER, CONVERSA, AJUDAR E FIDELIZAR. A AUSÊNCIA DE CONHECIMENTO SOBRE ATENDIMENTO, SEGMENTAÇÃO, CONSUMIDOR, CLIENTE E VENDAS – DESEQUILIBRA A PRECISÃO DO MARKETING, DESTRÓI A EMPRESA E O CONCORRENTE CHEGA ENGOLINDO OS DESPREPARADOS.