quinta-feira, 2 de julho de 2015

A "VINGANÇA" DO CONSUMIDOR: O CLIENTE QUE NUNCA MAIS VOLTA!


Abaixo segue um relato da experiência vivida pelo consumidor Porf. Thales Brandão na qual apresenta uma realidade do atendimento na maioria do varejo brasileiro. 

No final de 2014 e início de 2015 gastei uma GRANA com produtos para construção civil e decoração. Frequentava diariamente materiais de construção e home centers. Pesquisei, analisei, negociei e comprei bons produtos. Fazendo um diagnóstico entre produto x serviço. O calo tá no serviço! Visitei vários locais: Home Center Ferreira Costa/BA, Leroy Merlin/E-commerce, Shopping D&D/SP, empresas locais em Aracaju/SE e umas bodeguinhas importantes do interior BA/SE. Fui até o sertão de Pernambuco comprar artesanato (Rota 232), visitei as cidades criativas de Pesqueira, Belo Jardim, Bezerros, Gravatá e Caruaru. Um coisa que me incomoda na relação mercadológica é a falta de conhecimento sobre segmentação de mercado por parte das empresas locais (Aracaju/SE). É um desconhecimento absurdo sobre atendimento personalizado e comportamento do consumidor. É preciso conhecer a diferença entre o mercado individual e o mercado de massa. Se o atendente reconhece o consumidor através de um segmento alvo ele consegue identificar suas preferências, necessidades, poder de compra, atitudes e hábitos - é a transformação do consumidor em cliente – gerando assim um relacionamento duradouro. 


Depois de 06 meses construindo, respirei e fui até um grande material de construção local em Aracaju/SE comprar umas “besteiras”: lâmpadas e alguns Ts. Na seção de lâmpadas encontrei algumas específicas que atendiam a minha necessidade. Coloquei em uma cestinha! Na seção de artigos elétricos procurei, procurei e não encontrei os Ts. Tentei caçar um atendente. Nada! Com minha cestinha “pobrezinha” de compras. Fui até um grupo de “consultores de vendas” que estavam conversando e questionei: - “Amigo, boa tarde! Em qual local eu encontro Ts”. O atendente duro girou um dos dedos e apontou: - “Ali!”.
“Ali” era o local que eu já tinha passado várias vezes. Depois de vários minutos consegui encontrar o produto desejado que estava em uma ilha abandonado sem identificação. No percurso passei várias vezes por consultores de vendas” e todos nem aí para a minha humilde compra: três lâmpadas e três Ts – em torno de R$ 45 conto.
Diante da situação, resolvi fazer uma pesquisa mercadológica focada em atendimento ("A VINGANÇA"). Abandonei a cestinha, fui até a entrada da loja e peguei um carrinho. No carrinho coloquei as três lâmpadas, os três Ts, duas Makitas, duas furadeiras, três latas de tintas, três marretas, três brocas, três discos diamantado e outros produtos caros. Estufei os peitos, arrastei o carrinho e fui beirando os “consultores de vendas” – na passagem – um atendente grita: “Opaaa! Já foi atendido? Vamos cadastrar essas compras para eu aplicar o desconto.”
O atendente brilhou os olhos, arrastou o carrinho até uma mesa acoplada com um computador. Perguntou se existia algum cadastro meu no sistema e o número do CPF. Bati nas costas do atendente e disse: - “Amigo, o atendimento aqui é HORRÍVEL. Infelizmente não vou levar NADA! Parece que os atendentes caçam os consumidores pelo volume de produtos no carrinho. Obrigado”. O “consultor de venda” ficou mudo, balançou a cabeça igual a uma lagartixa de parede e voltou para o grupo de bate papo. Fui até uma “bodeguinha” e comprei mais caro com um dono-atendente sorridente e atencioso.

ESSE TIPO DE SITUAÇÃO NÃO ACONTECE SÓ NO MERCADO LOCAL (ARACAJU/SE). A CRISE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO É UM PROBLEMA GENERALIZADO. FALTAM PESSOAS QUALIFICADAS – DISPONÍVEIS PARA ATENDER, CONVERSA, AJUDAR E FIDELIZAR. A AUSÊNCIA DE CONHECIMENTO SOBRE ATENDIMENTO, SEGMENTAÇÃO, CONSUMIDOR, CLIENTE E VENDAS – DESEQUILIBRA A PRECISÃO DO MARKETING, DESTRÓI A EMPRESA E O CONCORRENTE CHEGA ENGOLINDO OS DESPREPARADOS.